Os bens que adquirimos geram, de certa forma, algum tipo de resíduo. Sejam as frutas que compramos na feira e trazemos para as nossas casas em sacolas plásticas, as cascas após consumi-las, ou ainda, aquela geladeira nova embalada em isopor, fita adesiva e papelão. E quando descartamos estes materiais, o que realmente acontece?
No geral, os resíduos gerados em nossos domicílios são compostos, basicamente, por resíduos orgânicos (restos de alimentos descartados) e recicláveis (materiais descartados que podem retornar ao seu ciclo produtivo, visando a produção de novos produtos através da reciclagem). Segundo uma caracterização dos resíduos realizada em 2002 na cidade de Florianópolis, 46,35% dos resíduos coletados é matéria orgânica e 38% são resíduos recicláveis.
Porém, o que se constata é uma não valorização destes resíduos passíveis de reutilização, reaproveitamento e reciclagem. Na Grande Florianópolis, por exemplo, 89,42% dos resíduos coletados tem como destino final o aterro sanitário. O “lixo” coletado no seu lar pela coleta convencional é encaminhado para um centro de transbordo (CeTReS – Centro de Transferência de resíduos sólidos), em que os resíduos são armazenados temporariamente e depositados em caminhões maiores.
Deste local são levados até o aterro sanitário localizado no município de Biguaçu. O aterro sanitário apesar de ser um local controlado, não promove a valorização dos resíduos. Após descartado neste local, os rejeitos sofrem decomposição natural, levando centenas de anos até sua completa decomposição. Por isso, é considerado o último recurso para a destinação dos rejeitos (aquilo que não tem mais jeito). Segundo dados da Comcap, nos últimos 10 anos houve um aumento de 32% de resíduos encaminhados ao aterro sanitário, chegando a 192.190 toneladas no ano de 2014.
Segundo o Art. 9º da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12.305 de 2010:
“Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”.
Mas, apenas 4,57% dos resíduos coletados através da coleta seletiva pela Comcap são encaminhados para reciclagem. A coleta seletiva é a coleta dos recicláveis previamente segregados e é através dela que os resíduos são encaminhados para associações de catadores, que realizam a triagem dos materiais recicláveis e os encaminham para a valorização. O método mais conhecido é o da reciclagem, em que os resíduos recicláveis são introduzidos novamente no ciclo produtivo para se tornar um novo material.
Como citado anteriormente, para que sejam coletados de maneira diferenciada, é necessário que o gerador realize a gestão e segregação dos resíduos. A PNRS (Política Nacional dos Resíduos Sólidos) recomenda o mínimo de segregação entre recicláveis secos e rejeitos. Esta gestão dos resíduos pode ser realizada através do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) que permite diagnosticar os resíduos gerados e indicar a correta forma de manuseio, segregação, armazenamento, transporte e disposição final dos resíduos.
O PGRS é um dos projetos oferecidos pela EJESAM e com a aquisição, propicia que ao separar os resíduos recicláveis, você permita que estes sejam reintroduzidos novamente na cadeia produtiva, valorizando-os e minimizando os impactos ambientais causados pela decomposição dos resíduos em locais inadequados e não explorando novos recursos naturais.
Autoria: Bruna Moraes Vicente – Assessora de projetos.